Coluna do Portuga - "Reticências..."

Por André Schmidt

Erros acontecem e quando a nova diretoria assumiu, no meio de 2008, sabíamos que alguns equívocos seriam cometidos. Não demorou muito para que as trapalhadas começassem fazer parte do cotidiano da Colina, ainda que aplaudido por muitos que não enxergavam que o Vasco estava apenas na Série B do Campeonato Brasileiro. Começou quando Tita assumiu a equipe e Johnny, Baiano, Serginho e André foram considerados "reforços" para fugir do rebaixamento. Ok, ok... Obviamente a culpa não foi apenas de Dinamite. Isso mesmo, eu disse APENAS, ou seja, teve lá sua culpa sim... Mas ok, são águas passadas... O elenco foi reformulado, poucos continuaram - graças a Deus -, mas ainda assim perdemos o nosso único destaque: o pequenino Madson - que falta ele faz.. O ano virou, a torcida se uniu, os poucos que se mantiveram na Colina entenderam o que é Vasco da Gama e o comandante da nau fez jus ao seu posto. O nome dele: Dorival Júnior. Pronto, o time que poderia virar motivo de piada durante um ano passou a ser exemplo de profissionalismo, de gestão, de paixão pela camisa... Ao invés de um ano para ser esquecido, 2009 poderia ter se tornado um marco, um divisor de águas na transição Eurico/Dinamite. Bom, era o que esperavamos...
Final do ano e, antecipadamente, haviamos conquistado o nosso retorno à elite do futebol brasileiro e o título da Série B. Obrigação? Sim. Mas comemoramos... Mais a criação de uma base forte do que o título, a volta da paixão, do orgulho de nossos atletas, do nosso time... Mera ilusão... Bastou começarem as especulações que lá se foram Alex Teixeira, Élton, Matheus, Paulo Sérgio, Allan Kardec... Nada que fizesse muita falta ou não fosse um bom negócio... Eis que volta a demora para iniciar as negociações - assim como no caso Madson - e... Pronto, Ramón e Dorival Júnior se despedem do clube. O homem que comandou o time de volta à glória e foi ovacionado pela torcida não seria mais o nosso treinador... O menino que trouxe de volta ao gramado de São Januário a garra e o amor à camisa cruzmaltina também iria mais vestir o nosso manto em 2010... Novas peças, poucas confiáveis e um novo "tutor" para os garotos da Colina. As primeiras partidas não animaram e muito menos convenceram, mas a goleada em cima do Botafogo nos fez acreditar que nossa equipe não era apenas esforçada, mas talentosa também e com um treinador determiando, pulso firme, que deu um nó tático em Ney Franco. Ledo engano...
"-Agora vai!", pensava o torcedor após eliminar o Fluminense nas semi-finais.
Porém, a final da Taça Guanabara nos trouxe de volta à realidade. Após aquela partida, o time se mostrou instável, fraco, medroso e sem criatividade. Adjetivos que se encaixam perfeitamente para descrever o nosso novo "líder": Vágner Mancini. Uma personalidade apagada que demonstra total falta de preparo para assumir e se destacar dentro de um clube da grandeza do Clube de Regatas Vasco da Gama. Longe de mim querer faz ofensas a pessoa Vagner Mancini, até porque a incompetência começa com que o colocou nesta situação, com quem lhe deu autonomia para assumir uma cargo deste porte em um gigante como o Vasco! Agora resta saber se há realmente um homem no comando ou não. Cabe a pessoa que colocou Mancini neste posto, anunciar que não há mais condições para que seu trabalho prossiga. Está na hora da pessoa que detém o poder de contratar e descontratar mostrar que tem um pingo de competência e culhão - desculpem, cansei das reticências! - para chegar em público e assumir o erro de não ter se esforçado mais para mantér Dorival Júnior no cargo e ter colocado em seu lugar um profissional que acabou de iniciar a sua carreira e que ainda não conseguiu transmitir segurança em nenhuma instituição que passou. Está na hora do Deputado Roberto Dinamite pensar naqueles que sempre o elegeram e que hoje esperam uma posição do Presidente Dinamite e não do político. Queremos que nosso presidente esqueça as eleições de outubro e pense no clube que dirigi. Já vi esse filme com Eurico e não foi nada legal...