Por André Schmidt
Por sete temporadas Ramón defendeu a camisa do Vasco - coisa cada vez mais rara no futebol. Apesar de ter conquistado um Brasileiro, uma Libertadores, um Carioca e um Rio-São Paulo pelo clube, Ramón nunca foi tratado com o devido respeito e reconhecimento que merece. Assistindo aos gols da rodada de ontem do Brasileiro, vi o bom e velho meia novamente aprontando das suas. Com a número 10 às costas, Ramón comandou a vitória do rubro-negro baiano sobre o líder Palmeiras. Cobrou a falta que resultou no primeiro gol do Vitória, após falha de Marcos, puxou o contra-ataque do segundo e quase marcou um gol olímpico na jogada em que Derlei garantiu os três pontos.
Dono de uma facilidade imensa em bater na bola, Ramón chegou ao Vasco em 96 para salvar a equipe do rebaixamento, junto com Edmundo. No Carioca do ano seguinte, jogou como atacante e foi o artilheiro do time no campeonato. Tendo sido mais decisivo até mesmo que Edmundo. Infelizmente, o título escapou na final. No Brasileiro, alternou bons e maus momentos e viu a sua titulariedade ameaçada pelo bom desempenho de Pedrinho e a chegada de Evair - já que também atuava como atacante. Ainda assim, se manteve entre os onze selecionados até a final.
Hoje, o apoiador já está na seleta lista dos dez maiores artilheiros da história do Campeonato Brasileiro. O único meio de campo que fazia parte desta lista até a sua entrada era, nada mais nada menos, do que Zico.
Para se te uma idéia, Ramón marcou 96 gols em 270 partidas disputadas pelo Vasco. Quase que o dobro de Juninho Pernambucano (55 gols em 295 jogos) e Geovani (49 gols em 407 jogos). E mais que o dobro de Pedrinho (47 gols em 219 jogos). Apesar do números expressivos, Ramón acabou se tornando mais um ídolo renegado por grande parte da torcida. Prova disso foi sua saída de São Januário após sua última passagem pela equipe, em 2006. Substituído por Renato Gaúcho e todas as partidas que disputou, deixou o clube sem que qualquer homenagem fosse feita ou que alguém pedisse sua permanência. O julgavam velho e acabado para o futebol. E agora, três anos depois, como explicar as boas atuações? Ah, antes que eu também esqueça: obrigado, Ramón!
Ramon jogou muito no Vasco nestas sete temporadas. Concordo contigo, merecia mais justiça da torcida vascaína.
ResponderExcluirEntretanto, em 2006 ele já se arrastava em campo. Estava ficando difícil.
Abraços,
Vinícius Faustini
O problema do Ramon nunca foi a qualidade de seu futebol. Ele era bom de bola mesmo. Mas nunca se tornou ídolo no Vasco (e em lugar nenhum) por ser extremamente mercenário e desagregador. Dentro das quatro linhas, ele é um craque quando quer. Mas fora de campo, é um jogador que atrapalha mais do que ajuda.
ResponderExcluirUm abraço
Rafael Saldanha
(http://corneta-diaria.blogspot.com