sábado, 25 de abril de 2009

Exclusivo! Entrevista com Pedro Renato, uma das maiores revelações do Vasco na década de 90

Por André Schmidt

Ele surgiu como uma das grandes revelações vascaínas do início da década de 90, mas uma grave lesão atrapalhou os planos desse jovem atleta. Agora, com 35 anos, Pedro fala sobre a sua carreira, sobre o Vasco, a torcida, Roberto Dinamite e sua vida atualmente. Tudo isso com exclusividade para o Blog Boteco do Portuga.

A.S - Pedro, qual motivo você considera o principal por sua carreira não ter decolado aqui no Brasil?
P.R - Refletindo, posso considerar 2 motivos importantes: o primeiro, com certeza foi o acidente no jogo contra o Flamengo no Maracanã, campeonato brasileiro de 94, no qual, em um encontro com o então goleiro Adriano, sofrí fratura na fíbula e na tíbia e o segundo foi a falta de maturidade, pois mesmo depois da contusão, tive uma boa volta, mas optei por caminhos que não foi o melhor.

A.S - Você chegou a ter uma pequena convivência ainda como jogador, com o atual presidente Roberto Dinamite. Como foi essa experiência e o que você espera do Vasco sob o seu comando?
P.R - A minha maior experiência com o Roberto, não foi quando me profissionalizei e sim quando jogávamos juntos no expressinho do Vasco. O time era composto pelos juvenis e juniores do Vasco e elecompunha o elenco para abrilhantar o espetáculo. A esperança é de que ele use toda sua experiência e credibilidade como jogador, juntamente com uma boa administração, que faça voltar os tempos de glória do nosso Vasco, que é onde deve estar.

A.S - Um dos motivos de sua queda de rendimento no Vasco foi a lesão que você sofreu em um choque com o goleiro Adriano, do Flamengo. Você se recorda bem do lance?
P.R - Sim, o jogo estava 1X1 e era o último lance do jogo. Uma falta a nosso favor no lado esquerdo da grande área. A bola foi alçada na área, na segunda trave, e eu corrí na pequena área esperando um cabeceio do Torres ou do Ricardo Rocha. Se não me engano, foi o Torres que cabeceou e a bola bateu na cabeça do zagueiro do Flamengo e subiu. A bola já era toda do Adriano e a única coisa que passou pela minha cabeça era trombar com ele na esperança de que o juiz não desse nada e a bola sobrasse pra alguém. Talvez tenha sido a pior escolha da minha vida...

A.S- Como você avalia a sua passagem pelo clube e pela selação brasileira de base. Você acha que, mesmo após a lesão, você poderia ter sido melhor utilizado?
P.R - Minha passagem pelo Vasco com certeza ainda vai ser lembrada por muitos anos. Não só pelos recordes de gol que tenho, 37 gols em um campeonato, (não sei se já superaram) 9 gols em um jogo, vários títulos na categoria de base e participação no único tri-estadual do Vasco no profissional e todas as seleções brasileiras de base possíveis. Após a lesão eu optei por ser emprestado para o Olaria, lembra? Quando eles também contrataram Ricardo Rocha, Charles Guerreiro, Ricardo Cruz, Claudio Gomes, Preto, Arturzinho, entre outros, prometendo um time para brigar pelo título. Eu deveria ter ficado no Vasco, com certeza ia ter chance de jogar. Palavras do então treinador do Vasco, Carlos Alberto Silva.

A.S - Como foi sua passagem pelos clubes menores do Rio e pela Europa após a sua saída do Vasco?
P.R - Em todos os clubes que passei fiz a minha parte, apesar das dificuldades desses times e de sentir na pele o que é jogar em time pequeno contra um grande. O homem de preto te põe só pra defender. Depois tive em Portugal, onde não joguei. Tive problemas, pois aqui prometeram muitas coisas, chegando lá as coisas mudaram. Foi muito bom como experiência e aprendizado de vida, sem se falar em conhecer outros costumes, outro país, etc.

A.S - Você guarda mágoas da antiga diretoria por sua saída?
P.R - Não, Jaílson, meu treinador no juvenil e nos juniores do Vasco, com quem ganhamos vários títulos, sempre dizia: " jogador de futebol é igual laranja, enquanto der caldo tá chupando, quando acaba vai pro lixo".

A.S - Qual a sua maior lembrança dos tempos de Vasco?
P.R - Além dos amigos que fiz, e que encontrei esses dias em São Januário, a torcida era uma coisa mágica. O Vasco conquistou vários títulos, e a torcida do Vasco sempre estava em maior número no Maraca. Era lindo!! Inesquecível!!

A.S - Você ainda mantém contato com os jogadores e funcionários do clube?
P.R - Estive lá esses dias, depois de muito tempo. Fiquei muito feliz pois encontrei muitos amigos da época como Carlos Germano, Jair Bragança, Dr Fernando, massagista Carlão, Jorge Luis e fiquei sabendo que Cássio, Tinho, William entre outros estão trabalhando lá também. Muito legal reencontrar todos.

A.S - E hoje Pedro? No que você vem trabalhando, quais os seus planos "pós-futebol" ?
P.R - Hoje sou empresário e possuo lojas da VIVO em minha cidade e cidades vizinhas. Faço curso de direito onde me formo no meio do ano que vem. Sou muito feliz, pois sempre soube que voltaria para a minha terra, (Bom Jesus do Itabapoana) lugar que amo.

A.S - Mande um recado para torcida vascaína.
P.R - Aí galera do Vascão, tá na hora da gente voltar ao topo, hoje sou torcedor, e posso dizer porque já viví do lado de lá, vocês tem um poder que não imaginam. Vocês fazem as coisas acontecerem. Vamos acreditar no nosso time e incentivar, pois tudo que se junta em favor de alguma coisa, emana energia e empurra para o acontecimento. Um abração a toda a galera vascaína e muita sorte pra Roberto Dinamite e cia.

Imagem: Álbum Campeonato Brasileiro 1994 - PANINI e arquivo pessoal de Pedro Renato

4 comentários:

  1. otima entrevista andré!

    q pena q ele nao deu certo no futebol.. que pena!

    desejo td bom pra ele

    e parabens Andre

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  2. Vlw mais uma vez Carlos!
    Uma pena mesmo ter tido estes problemas todos... Tenho certeza que se tornaria um dos grandes ídolos de nossa torcida!
    Abração!

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  3. Meu nome é Marcio Faria (marciocfaria@yahoo.com.br). Vi um único jogo dele, aqui em Juiz de Fora, no dia do meu aniversário, em 1994 (19/10), contra a Portuguesa, pelo Brasileiro. O Vasco havia perdido mando de campo e veio jogar aqui. Aos 10 min do 1º tempo, num contra-ataque, ele lançou o Valdir Bigode, que tocou de primeira de volta. Ele entrou na cara do gol e mandou pras redes, num golaço. O Vasco ganhou de 1 x0 com aquele gol e meu aniversário foi completo!

    Digo até hoje que o Pedro Renato e o Valdir me deram um grande presente de aniversário! Depois do jogo, tentei falar com ele, mas só consegui falar com um reserva alto, cabeçudo, magredo e desengonçado que, tempos depois, viria a ser o maior artilheiro da Europa de nome Jardel... isso é que é mudança na vida, não?

    Saudações cruzmaltinas e parabéns pela reportagem e pelo blog!

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  4. Obrigado Márcio!
    Vi o seu comentário no SuperVasco tb hehehe
    Essa partida do dia do seu aniversário foi uma que eu publiquei uma vez também aqui e no SuperVasco? Que vc ate deixou um recado comentando que foi e tal?!
    Obrigado pelos elogios brother!
    Abração!

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