VERGONHA!

Desculpa a demora na postagem mas é que ontem eu fui assistir aquele vexame...

Era o dia D.
As duas horas da tarde começou a preparação com um choppinho e um brinde ao Vasco. Enquanto esperavamos a chegada de todos para podermos descer a Serra, já era possivél perceber a importância desta partida para o clube. Torcedores na rua com a gloriosa camisa cruzmaltina - que hoje em dia foi banalizada por esses "moleques", no pior sentido da palavra, que atuam no time - começavam a pegar seus carros rumo a São Janu. Era a hora dos verdadeiros vascaínos mostrarem a cara. As 15h começava a nossa jornada rumo a Colina Sagrada, a vitória era obrigação. Antes das cinco horas da tarde já estavamos no palco no espetáculo, ou pelo menos era essa a nossa esperança. Um show da torcida que lotou o estádio mais de uma hora antes do estádio, deixando de fora ainda grande parte que puderam entrar apenas após a abertura dos portões de saída. Para aumentar o ansiedade e o drama, um toró começa a cair meia hora antes da partida se iniciar, mas isso não atrapalhou, pelo contrário, nem as crianças que aguardavam anciosas a entrada dos jogadores em campo foram afetadas, continuaram cantando e brincando com suas bandeiras. A torcida se inflamava a cada raio e trovão que cruzava o céu. O aquecimento da bateria era a reprentação do espírito de cada vascaíno antes do confronto, com alegria e confiança.
Começa a partida e a pressão é toda do Vasco. A cada jogada, a cada cruzamento, a cada roubada de bola, os torcedores aplaudem e cantam. Mas em um contra ataque, apenas um, o primeiro, o Figueirense abre o placar. Uma ducha de água fria nas arquibancadas e nos jogadores. Porém, antes mesmo que o primeiro tempo chegasse ao seu final o time voltou a mostrar o futebol apresentado no início da etapa e pressionou. Esperança para o segundo. Um misto de vaias e aplausos tomam conta do estádio. Como não é mais permitida a venda de cerveja em estádios, um box do Habib's e uma Coca foram a minha distração daqueles quinze minutos de aflição e um resto de esperança. Os jogadores voltam a campo sob aplausos e gritos de incentivo. "Agora vai." pensava a torcida. Uma pomba branca cruzou o céu de São Januário, uma borboleta passeava pela arquibancada. A certeza de que Renato Gaúcho tinha dado uma sacudida na equipe durante o intervalo trazia de volta um pouco desse sentimento que a virada era possivél,afinal, já viramos outras piores. Mas infelizmente o tempo é outro, ou melhor, os jogadores são outros. E com um minuto da etapa final isto foi confirmado, 2x0 para eles, com mais uma entregada da defesa. Mas aquilo poderia ter sido um golpe de sorte e o time ainda viraria, acreditava a torcida que ainda cantava. Mas cinco minutos depois o caixão foi fechado e nem mesmo o mais esperançoso acrediataria na vitória após o terceiro gol. O tumulto começa logo após os gritos de "Volta Eurico". Agora, até a torcida está dividida. Dinamite é xingado e ameaçado enquanto assisti incrédulo a vergonha de SEU time. O quarto gol é comemorado pelos vascaínos, em deboche à equipe. O jogo se inverte. Enquanto o Figueirense toca bola aos gritos de "Olé", o Vasco é vaiado a cada passe. O goleiro Tiago é ostilizado por todos presentes a Colina. Leandro Amaral desconta, ainda sob vaias. Os tumultos no estádio só aumentam e começamos a perceber que já era a hora voltar para a casa, não dava mais para assistir um vexame daquele impossibilitado de fazer nada. Já na Rio-Petrópolis o telefone toca e nos informam que o jogo terminou 4x2 para eles.Mas e daí? Alguém tomou vergonha na cara? Alguém honrou a camisa (com exceção a Madson)? Nada importava mais do que isso. Nem a vitória sem garra valeria a pena. Um grito da torcida resumia a vontade de todos os vascaínos: "Um,dois,três.Quatro,cinco,mil. Tirem esta camisa e vçao para a pqp!". Façam esse favor para a gente... Podem ir que nós, torcedores, jogamos melhor que vocês e de graça!


VASCO 2 X 4 FIGUEIRENSE
Estádio: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 04/10/2008 - 18h20 (de Brasília)
Árbitro: Alicio Pena Junior (Fifa-MG)
Auxiliares: Marcio Eustaquio Santiago (MG) e Wenderson Mozzer (MG)
Renda: R$ 371.980,00 Público: 18.904 pagantes (21.554 presentes)
Cartões amarelos: Victor, Eduardo Luiz, Baiano (VAS); Alex Cazumba, Leandro Carvalho, Marquinho (FIG)
Cartão vermelho: Madson, 19'/2ºT
Gols: Marquinhos, 19'/1ºT (0-1); Asprilla, 1'/2ºT (0-2); Marquinho, 7'/2ºT (0-3); Cleiton Xavier, 14'/2ºT (0-4); Leandro Amaral, 21'/2ºT (1-4); Edmundo, 43'/2ºT (2-4)

VASCO: Tiago, Baiano (Eduardo, 6'/2ºT), Eduardo Luiz, Fernando e Valmir (Pedrinho, 6'/2ºT); Victor, Madson e Alex Teixeira; Edmundo, Leandro Amaral e Alan Kardec (Rodrigo Antônio 17'/2ºT). Técnico: Renato Gaúcho.

FIGUEIRENSE: Wilson, Alex (Bruno Aguiar, 13'/2ºT), Bruno Perrone, Asprilla; Diogo, Magal, Marquinho, Cleiton Xavier e Alex Cazumba (Leandro Carvalho, intervalo); Bruno Santos (Rodrigo Fabri, 23'/2ºT) e Tadeu. Técnico: Mário Sérgio.